A malha rodoviária federal do Brasil possui atualmente extensão total de 75,8 mil km. Por isso, não é surpresa falar que as rodovias são vitais para o funcionamento do país. Desde o escoamento da produção à circulação da população, as estradas brasileiras são o principal modal de transporte. Dados da Confederação Nacional de Transportes apontam que 61,1% de toda a carga transportada no Brasil usa o sistema modal rodoviário. Uma parcela expressiva, né?
Justamente por ser tão importante, o modal rodoviário precisa acompanhar as demandas da população e o crescimento do Brasil. Afinal, o país não consegue se desenvolver sem infraestrutura básica. É nesse ponto que as rodovias desempenham papel fundamental: elas possibilitam e sustentam o crescimento, garantindo que as vias de escoamento das mercadorias, transporte de cargas e circulação de pessoas permaneçam funcionais, criando as bases para um país econômica e socialmente conectado.
Não é à toa que as rodovias têm sido alvos de investimentos. A Empresa de Planejamento e Logística (EPL) iniciou recentemente a estruturação da concessão de 4,2 mil quilômetros de rodovias federais, como a BR-155/158/MT/PA, entre os municípios de Ribeirão Cascalheiro (MT) e Marabá (PA), com 1.067,9 km de extensão; a BR-135/316/MA/PI – entre os municípios de São Luís (MA) e Teresina (PI), com 450,6 km de extensão e a BR-060/153/2020/DF/GO/MG – entre Brasília (DF) e o município de Betim (MG), com 1201,1 km.
É claro que intervenções como essa precisam de profissionais aptos para realização dos serviços técnicos, que vão desde a elaboração de projetos até a execução das obras. É aí que a Engenharia Rodoviária surge como uma promessa no mercado da Engenharia. Com o país em crescimento e ritmo de expansão, a tendência é que profissionais com essa formação sejam cada vez mais necessários.
Mas o que faz um engenheiro rodoviário? Onde ele atua? Quanto ganha? Essas questões serão respondidas nesse artigo! Então confira:
Crescimento econômico e rodovias
Apesar dos desafios sociais e políticos, o Brasil possui grande potencial de crescimento econômico. Além de possuir recursos naturais e insumos que permitem o desenvolvimento e produção interna de mercadorias, o país caminha para a evolução científica e tecnológica. De acordo com indicadores da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a economia brasileira apresenta “aumento constante”. O país está em destaque no relatório que traçou a tendência de recuperação das principais economias mundiais no enfrentamento à pandemia.
Esse crescimento vem com algumas demandas, e a mais importante delas é a infraestrutura básica. Sem a livre e segura circulação de pessoas, o transporte eficiente de mercadorias e o envio de insumos e matéria-prima, o setor econômico não consegue avançar. O desenvolvimento rodoviário está, portanto, intrinsecamente ligado ao avanço econômico do país!
Mais do que a construção de novas rodovias, a Engenharia Rodoviária está constantemente presente nas vias já existentes, na manutenção, reparos e ampliação. A Engenharia de Rodovias acompanha, possibilita e incentiva o crescimento!
“Mas como ela faz isso na prática?” você deve estar se perguntando. O engenheiro rodoviário atende uma série de demandas.
Demandas da Engenharia Rodoviária
O engenheiro rodoviário pode atuar em várias frentes, como pavimentação, sinalização, tráfego, conservação, meio ambiente, etc.
Pode trabalhar na parte de elaboração de projetos ou até mesmo no acompanhamento e execução das obras. Independente do campo de atuação, o profissional deve estar ciente das demandas que a Engenharia Rodoviária precisa atender.
Confira algumas delas:
Revitalização de rodovias;
Pavimentação de vias;
Duplicação de vias;
Elaboração de projetos;
Acompanhamento e execução de obras;
Conservação de rodovias;
Gestão de projetos.
Desafios do engenheiro rodoviário
Um engenheiro rodoviário enfrenta vários desafios na profissão. Primeiramente, deve atuar junto a diversas áreas e estar em contato com profissionais de segmentos diferentes, como a engenharia civil e a agronomia. Esse contato é importante para conhecer de forma profunda o local de implantação de projetos, desde o solo até as pedras e a vegetação típica. Um grande desafio é considerar as necessidades de cada área na implantação de um projeto, trabalhando para que o produto final esteja adequado em todos os aspectos e conversando com os profissionais para unir e suprir demandas.
Outro desafio da profissão é a disponibilidade e flexibilidade para viagens, exigidas em muitos segmentos da Engenharia Rodoviária. Geralmente, trata-se de deslocamentos a locais mais remotos. O domínio da topografia, hidrologia, terraplenagem, geotecnia e pavimentação se mostra essencial.
Uma questão importante é estar sempre ligado à novidades. O engenheiro rodoviário precisa acompanhar as inovações da tecnologia e da engenharia, procurando entender como funcionam e atento ao que pode ser incorporado no dia a dia. Cursos complementares podem ajudar a manter o conhecimento atualizado.
Onde trabalhar com Engenharia de Rodovias?
Como pudemos ver, a Engenharia Rodoviária apresenta uma gama muito extensa de possibilidades de atuação. O profissional pode se alocar numa empresa particular, trabalhando diretamente em construtoras ou empreiteiras, onde pode atuar no desenvolvimento de projetos, construção e restauração de rodovias ou até fiscalização de obras.
Há ainda a possibilidade de trabalhar em uma concessionária de rodovias, atuando na parte de gestão de projetos, operação da rodovia ou conservação. Órgãos públicos também apresentam demanda por engenheiros rodoviários, ajudando no acompanhamento de obras e gestão de projetos.
Oportunidades na Engenharia Rodoviária
A Engenharia de Rodovias é um campo muito vasto. E, por isso, profissionais da área tendem a ter uma visão macro de como os processos funcionam. Ao conhecer um pouco de cada segmento dentro da Engenharia Rodoviária, o engenheiro está apto a atuar como gestor de projetos, prestando apoio aos colegas dentro de empresas e servindo até como uma referência. Portanto, muitas portas se abrem para profissionais que queiram entender o básico de como o processo funciona como um todo.
Empreendedorismo na engenharia?
Apesar de muitas pessoas ainda terem o ideal de regime de trabalho comum, baseado na CLT, novas oportunidades surgiram no mercado da Engenharia. O mundo mudou, a Engenharia também, e hoje já estamos na Indústria 4.0. Com ela, mudam também as relações trabalhistas. Atualmente, muitas empresas preferem contratar o profissional para fazer um serviço de forma autônoma.
Então, o engenheiro também pode trabalhar como empreendedor, abrindo seu próprio negócio e prestando serviço para uma grande empresa de engenharia. Uma concessionária de rodovias, por exemplo, não tem no corpo técnico um engenheiro focado em projeto geométrico, um profissional com atuação exclusiva em engrenagem ou pavimentação.
Por isso, a solução encontrada pelas empresas foi contratar engenheiros como consultores internos para fazer um determinado serviço. Trata-se de uma ótima oportunidade de ampliação dos contatos profissionais através da prestação de serviços para diversas empresas. A construção do networking gera contatos importantes, que podem render indicações e consequentemente expansão do leque de atuação e clientela. Além disso, o envolvimento com várias áreas permite a construção de uma visão macro, importante nesse mercado. O engenheiro empreendedor pode ainda unir alguns colegas, e atuar como uma micro empresa de consultoria.
Competências que o engenheiro rodoviária PRECISA ter
A atuação do profissional da Engenharia Rodoviária pode ser muito mais eficaz e assertiva com o desenvolvimento de algumas competências chave. Por ser um campo muito vasto, o engenheiro rodoviário deve estar preparado para encontrar os mais variados desafios e situações, e, por isso, precisa estar apto para agir com agilidade. Confira algumas competências que ajudam nesse processo:
1. Visão macro
A Engenharia de Rodovias é uma área muito ampla, com diversos segmentos e possibilidades de atuação. A criação de uma rodovia envolve uma série de etapas, que estão interligadas e precisam funcionar em conjunto para serem concretizadas. Por isso, entender como o processo funciona na íntegra fornece uma visão macro, essencial para melhorar a atuação profissional, independente da área de atuação. Conhecendo o processo como um todo, é possível ter muito mais assertividade nas ações e clareza no trabalho desempenhado.
2. Gestão de pessoas
A gestão de projetos é um cargo muito desejado, que requer a capacidade de lidar com pessoas e profissionais diferentes. Gerir pessoas para garantir o bom andamento de um projeto, combinando as necessidades de cada setor com os objetivos da obra é uma qualidade crucial para um engenheiro rodoviário.
3. Responsabilidade
As estradas são feitas por pessoas para pessoas. Por isso, engenheiros rodoviários devem ter responsabilidade e consciência em cada passo que dão no avanço de um projeto, atentando-se para a segurança das pessoas que vão circular por aquele espaço. O cuidado em cada tomada de decisão é essencial.
4. Networking e bom relacionamento profissional
A capacidade de se relacionar bem com os colegas vai além do crescimento profissional. Ter uma equipe unida no desenvolvimento de um projeto impacta positivamente no resultado, além de evitar erros de comunicação. Além disso, facilita a criação de um networking que pode ser útil na hora de indicar referências, encontrar profissionais ideais para determinados tipos de serviços ou especialistas.
Tendências na Engenharia de Rodovias
A Engenharia tem passado por constantes atualizações e mudanças com o surgimento de novas tecnologias. A Indústria 4.0, ou seja, a continuação da revolução tecnológica, trouxe novas ferramentas que transformaram o cotidiano e o trabalho nas indústrias, empresas e concessionárias. Na Engenharia Rodoviária, isso não é diferente: novas formas de fazer projetos se tornaram parte do cotidiano.
O BIM surge como grande destaque na área. Com a ferramenta, que integra todas as etapas de um projeto, permitindo que os dados de cada fase da obra sejam acrescentados e considerados como um todo. Por meio de modelos 3D, mais fiéis à realidade e fáceis de assimilar, o BIM possibilita que o gestor tenha uma visão antecipada de algum problema que venha a acontecer durante a obra.
De forma simplificada, a grande vantagem do BIM na Engenharia Rodoviária é a possibilidade de fazer uma maquete 3D, onde é possível observar todos os elementos da rodovias, como drenagem, estrutura de pavimento, defensa, etc. Dessa forma, as informações de cada etapa podem ser observadas em conjunto, considerando a influência que cada passo tem na etapa seguinte.
A ferramenta é tão importante que tem sido utilizada em diversos segmentos. Inclusive, a partir de 2021, o BIM se tornou obrigatório na execução direta ou indireta de obras e serviços de engenharia realizada pelos órgãos e pelas entidades da administração pública federal, por meio do Decreto nº 10.306.
Especialização em Engenharia Rodoviária
Agora que já percebemos a importância da Engenharia de Rodovias, você deve estar se perguntando: como posso me tornar um engenheiro rodoviário? Antes de mais nada, o conhecimento técnico é essencial para que o profissional esteja preparado para situações do cotidiano, além de ajudar na solução de problemas e conhecimento da área de uma maneira geral.
Por isso, uma especialização em Engenharia Rodoviária é sempre uma boa opção para quem quer ingressar na área. Uma pós-graduação fornece os conhecimentos e ferramentas necessárias para que o engenheiro desenvolva uma visão macro dos processos que envolvem rodovias. O profissional também fica apto a formular, discutir, analisar, selecionar e implementar estratégias e mecanismos na área da infraestrutura de transporte rodoviário em concessionárias de rodovias, empresas privadas e órgãos públicos.
Especializações modernas, que forneçam experiências com novas tecnologias e a execução de projetos na prática são ideais para a capacitação profissional alinhada com o que o mercado exige.
A pós-graduação em Engenharia Rodoviária: Concessões Rodovias e Vias Urbanas da RTG Especialização permite que o aluno tenha experiência prática por meio de visitas técnicas e aulas experimentais, utilizando ainda tecnologia E-Class, com metodologia de ensino avançada, machine learning e realidade aumentada em uma única plataforma.
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