Para muitas pessoas, as palavras Indústria 4.0 significa tecnologias caras e complexas que só as maiores empresas do país, como as multinacionais, conseguem implementar.
Mas este não é o caso.
Primeiro, vamos entender do que realmente se trata a Indústria 4.0. A partir daí, você pode decidir se ela cabe, ou não, no seu bolso, e na transformação que você pode gerar para o seu negócio.
Bastante conhecida como a “Quarta Revolução Industrial”, a Indústria 4.0 não é uma coisa só. Na verdade, ela é o termo que resume quase todas as tecnologias que chegaram no mercado nos últimos anos, como a inteligência artificial, e a robótica, por exemplo, para revolucionar as atividades de automação, troca de dados, os sistemas cyber-físicos e a computação na nuvem.
A Indústria 4.0, ou a “Quarta Revolução Industrial” está mudando (e muito!) o jeito tradicional de fazer negócios, as formas de produção e o cotidiano de todos nós. Mesmo que você não perceba.
Tenha em mente que o objetivo principal da Indústria 4.0 é promover, cada vez mais, a otimização do tempo, produtividade e eficiência das atividades industriais tradicionais.
E como isso é feito? Simples! Através do processo de digitalização.
Lembra que há poucas linhas atrás você leu o termo “computação na nuvem”? Pois então! A computação na nuvem é uma das peças centrais para a concretização dessa revolução tecnológica industrial. Na verdade, são as máquinas e computadores que dão vida a este projeto em escala global.
Surge aí uma pergunta importante para você: Quem está operando todo este maquinário, implementando todas as tecnologias e realizando essa integração?
Tecnologias utilizadas
Antes de responder às suas perguntas, eu quero te mostrar alguns exemplos de tecnologias que são utilizadas na Indústria 4.0, e como você pode aproveitá-las no seu trabalho.
Inteligência Artificial: também conhecida pela sigla IA, a inteligência artificial se refere a sistemas ou máquinas capazes de “copiar” as habilidades humanas na execução de tarefas. Essas inteligências também são capazes de realizarem melhorias em tempo real e de maneira interativa, tudo isso com base nas informações que elas coletam.
O Machine Learning, por exemplo, nada mais é do que a utilização de uma IA utilizada para análise de eventos que aprendeu a automatizar decisões e é capaz de realizar ações com resultados confiáveis.
Robótica Avançada: trata-se da sofisticação de tecnologias comuns para que elas se tornem capazes de executar tarefas cada vez mais complexas, e que exigem certo grau de repetição e precisão. O objetivo da robótica é a máxima automatização possível, por isso, por trás destes equipamentos, existem os processos de coleta, sistematização e avaliação de dados para melhorias futuras.
O Robô Aspirador, por exemplo, é um dos exemplos mais comuns de robótica avançada já bastante presente no dia a dia dos brasileiros.
Já o Da Vinci, o robô portátil que realiza cirurgias em pacientes - desde as mais simples, como a cirurgia de vesícula, até as mais complexas, como a cirurgia de câncer de próstata - é um dos exemplos ainda pouco conhecidos do público geral, mas que já é utilizado no Brasil em Hospitais como Albert Einstein e Sírio-Libanês.
Digitalização: são as tecnologias utilizadas para levar do físico ao digital, as transformações nos processos de otimização, desenvolvimento e produção de produtos, sejam eles físicos ou virtuais. Um dos principais serviços da digitalização é o tratamento de dados, ou seja, todas as operações realizadas com os dados de uma pessoa.
Big Data: é o estudo de grandes conjuntos de dados. Estes dados são tratados e analisados, a partir dessa análise, é possível obter informações valiosas para variados modelos de negócios.
O Waze é um dos melhores exemplos de negócio (ou aplicativo) que faz bastante uso da Big Data. O aplicativo faz uma análise do trânsito no momento da sua utilização e, com os a utilização em conjunto dos dados + os comentários em tempo real dos usuários, é possível realizar o cálculo de rota, e direcionar o motorista para o melhor e mais rápido trajeto possível, considerando informações e dados acerca de velocidade, radares e fluxo de trânsito.
Computação na Nuvem: servidores, bancos de dados, redes, softwares, armazenamentos. Tudo isso é computação na nuvem, termo que trata da disponibilidade dos recursos anteriores, especialmente armazenamento de dados. A “nuvem” permite que empresas e usuários acessem recursos computacionais a partir de diferentes dispositivos, e de maneira remota.
Google Drive, iCloud, DropBox, OneDrive, são exemplos de serviços de armazenamento de dados na nuvem.
Esses são apenas um resumo de 5 dos diversos pontos importantes sobre as tecnologias utilizadas na Indústria 4.0.
Agora, para responder a sua pergunta…
Profissionais 4.0
Os profissionais 4.0 estão atendendo a essas demandas, operando todo o maquinário, atuando na implementação, e, por fim, implementando estes serviços.
A nova geração de profissionais, vindos em grande parte das áreas de Engenharia, já está adaptada, ou estão em processo de adaptação a essa nova realidade.
Especializações, cursos livres e graduações inteiras surgiram com o objetivo de qualificar da melhor maneira possível os profissionais com as Hard Skills (ou habilidades técnicas) em: programação, análise de dados, cálculos etc.
Mas não se engane, as Soft Skills (habilidades socioemocionais) não foram esquecidas! Existem, dentro das próprias Especializações, cursos livres e graduações, uma atenção especial para o desenvolvimento de competências como criatividade, comunicação, liderança e empreendedorismo.
Tudo isso, justamente, para formar profissionais preparados para atender a toda demanda Industrial 4.0, seja na área operacional, seja gerenciando e liderando equipes de ponta.
Segundo pesquisas realizadas pelo SENAI, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, boa parte das profissões de nível superior devem ganhar ainda mais relevância nessa transformação de mercado.
Empresas e negócios que buscam estar à frente dessa revolução, estão apostando forte nos profissionais que já dominam (ou estão dispostos a dominar) as tecnologias digitais, aumentando assim a competitividade dos negócios e liderança de mercado nos próximos anos.
Essa pode ser a melhor oportunidade para escolher se Especializar em qualquer uma dessas áreas abaixo, já que a previsão é que surjam cada vez novas oportunidades nas áreas de: Engenharia Clínica e Hospitalar 4.0; Engenharia de Segurança do Trabalho 4.0; Engenharia de Estruturas 4.0; Engenharia de Energia 4.0; Desenvolvimento e Coordenação de Projetos em BIM; Auditoria, Avaliações, Patologia e Perícias em Engenharia e Arquitetura.
A Indústria 4.0 no Brasil e seus desafios
Só no ano passado, a indústria foi responsável por um total de 20,4% do PIB do Brasil. Isso significa que a Indústria, sozinha, gerou R$940 bilhões de reais para o país. Outro dado importante é que a Indústria também foi a responsável por 69,2% das exportações do Brasil.
As metas atingidas com a transformação da indústria comum para a Indústria 4.0 são diversas, os dados acima são apenas um pequeno exemplo de como os resultados podem ser ainda maiores. A utilização de tecnologias digitais permitiu aumentar em média, 22% da capacidade produtiva de micro, pequenas e médias empresas dos mais variados segmentos.
Apesar disso, como você leu há alguns parágrafos acima, as duas últimas necessidades, - novas formas de gestão, e novas formas de se fazer Engenharia - já estão sendo contornadas.
São milhares o número de empresas que vão se adaptar e participar desse processo, visto que essa transformação já se transformou em questão de sobrevivência. Ou você se adapta, ou você fica de fora. Cada uma à sua maneira, e dentro das suas possibilidades, é claro.
Juntos, empresas e mercado podem caminhar juntos para a diminuição de custos, otimização de eficiência, desenvolvimento tecnológico e muitas outras alternativas que permitirão, ambas empresas e mercado, a atingir patamares antes inimagináveis.
E você? Conseguiu entender um pouco melhor sobre a Indústria 4.0 e a sua importância? E o que achou disso?