Mercado de Engenharia de Segurança do Trabalho: vale a pena?
Mercado segue em expansão, ajudando a poupar custos nas empresas e evitar acidentes


A Segurança do Trabalho é um dos pilares mais importantes em uma empresa. As organizações devem  assegurar a integridade física dos funcionários, e um profissional especializado é o ideal para cumprir essa missão. Por isso, o trabalho do engenheiro de segurança do trabalho se tornou extremamente importante. Muitos ainda o veem como um fiscal, ou apenas “mais um custo” para a empresa, mas este profissional tem papel fundamental. Afinal, qual a vantagem de ter um engenheiro de segurança do trabalho na empresa? 

Para entender melhor, basta pensar no seguinte: a Segurança do Trabalho começou a ser desenvolvida no Brasil nos 70. A média de acidentes de trabalho nessa década foi de 1.575.566 casos. Já na década dos anos 2000, em que a atuação de profissionais especializados para garantir a segurança dos colaboradores já era mais difundida, a média cai para 511.283 casos. 

Outro fator que impulsiona o reforço à Segurança do Trabalho nas empresas são os prejuízos resultantes de acidentes. Somente entre os anos de 2012 a 2017, acidentes de trabalho custaram mais de R$ 26 bilhões à Previdência Social, envolvendo gastos com pagamento de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte e auxílio acidente, de acordo dados do Ministério Público do Trabalho. O setor privado também enfrenta gastos provenientes de indenizações trabalhistas, multas, custos médicos, impactos na produtividade, etc.

Os números impressionam, e reforçam a importância do profissional de Segurança do Trabalho, principalmente em áreas e negócios de risco. Além disso, com a repercussão e gravidade de acidentes de trabalho recentes, a integridade física dos funcionários passou a ser uma das maiores preocupações das empresas. O rompimento da barragem de Brumadinho em 2019, por exemplo, se tornou o maior acidente de trabalho registrado no Brasil, e fez muitas organizações repensarem a importância da segurança como um pilar. 

Empresas do futuro já estão atentas à necessidade de prever e evitar essas ocorrências, e direcionam esforços para a elaboração de projetos que auxiliem na segurança dentro das organizações. A preocupação com o bem estar dos funcionários e da comunidade que envolve a empresa se tornou um pilar organizacional muito forte no século XXI.

Muitas empresas não possuem sequer normas ou processos de segurança específicos para nortear a segurança no ambiente de trabalho, e agora precisam estruturar este setor com urgência. É aí que a Engenharia de Segurança do Trabalho entra, com um futuro promissor.

Descubra o que transformou a Engenharia de Segurança do Trabalho em uma profissão do futuro e como o profissional pode se preparar para este mercado: 


Desenvolvimento


A Segurança do Trabalho não é uma novidade: em 1972, a portaria 3237 do Ministério do Trabalho criou o Serviço de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, hoje chamado Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT). Depois, a Lei 7410 oficializou as especializações de engenharia de segurança e medicina do trabalho e criou a categoria profissional de técnico em segurança do trabalho. 


Mas o que mudou de lá pra cá? Se engana quem pensa que o engenheiro de segurança do trabalho é um simples fiscal do que acontece dentro da empresa. Hoje, novas ferramentas tecnológicas e metodologias permitem que o profissional consiga até mesmo simular situações e prever acidentes. O setor têm se atualizado constantemente, conforme novas tecnologias, métodos e necessidades vão surgindo. 

Acidentes como o de Mariana e Brumadinho acenderam um alerta em organizações de diversos setores. Os prejuízos do não cumprimento de normas e a falta de atenção a fatores de risco resultou na perda de centenas de vidas. Logo, a procura por este tipo de atuação aumentou expressivamente. Mais do que estipular regras, o profissional precisa estar atento às demandas que a empresa apresenta e superar desafios que vão desde a implantação de procedimentos até a cooperação dos funcionários. 


Demandas 

O engenheiro de segurança do trabalho instrui e coordena os projetos dentro da empresa no que tange à segurança, e possui diversas demandas que precisam ser atendidas, desde o monitoramento de indicadores de risco à elaboração de normas. Além disso, deve resolver alguns problemas e questões diariamente. O profissional do futuro acumula hoje um hall de obrigações mais assertivas, focadas na segurança do funcionário. Confira algumas delas: 


  • Coordenar e efetuar análises de projetos a serem implantados em conjunto com  áreas técnicas, recomendando alterações para eliminar ou minimizar riscos de doenças ou acidente;

  • Assegurar que as empresas atendam a requisitos de segurança em trabalhos prestados na empresa; 

  • Validar sistemas de combate a incêndios a fim de regularizar vistorias do Corpo de Bombeiro; 

  • Analisar escopos técnicos, emitindo laudos e pareceres, além de coordenar a interface entre os vários setores envolvidos na implantação de projetos;

  • Coordenar junto às empresas de projetistas a construção e montagem de tarefas de segurança do trabalho; 

  • Auxiliarna elaboração de manuais, normas, procedimentos e programas de treinamento, referentes a segurança e prevenção a acidentes no trabalho;

  • Participar da especificação e desenvolvimento dos materiais de segurança, como uniformes de trabalho, equipamentos de proteção individual; 

Desafios

Assim como todas as profissões, a Engenharia de Segurança do Trabalho tem como missão superar adversidades. Em algumas empresas, a valorização da segurança ainda não está tão difundida. por isso, o profissional enfrenta o desafio de estar em constante negociação com outros setores da empresa, que muitas vezes podem não enxergar de forma imediata o valor da segurança e da prevenção de acidentes.
Por vezes, também deve “frear” um processo que pode estar colocando a saúde ou a segurança dos trabalhadores, e isso pode não ser bem aceito por outros setores. O engenheiro de segurança do trabalho precisa conscientizar e reforçar a importância de sua atuação, mostrando que se trata de um exercício fundamental para todos. 

Outra dificuldade é a baixa ênfase de segurança em diversas organizações. Muitas vezes, o engenheiro atua em uma empresa que não possui nenhum protocolo, ou descumpre diversas normas. Ele precisa “apagar incêndios”, efetuando correções e cumprindo normas às presas para evitar acidentes. Portanto, também cabe ao profissional saber priorizar os riscos e agir com rapidez. 

Por outro lado, o profissional que escolher trabalhar em uma empresa ainda “crua” nas questões de segurança poderá ter mais oportunidades de desenvolver ações e demonstrar o valor do seu trabalho, fazendo uma grande diferença para o resultado daquela organização e para a saúde e bem-estar dos seus colaboradores.


Onde trabalhar? 

Algumas profissões e setores representam maior risco para funcionários, tornando a atuação do engenheiro de segurança do trabalho crucial. O profissional pode atuar como engenheiro de segurança do trabalho, evoluindo para coordenador, gerente ou diretor de segurança do trabalho. Confira algumas áreas de atuação:

  • Construção civil;

  • Indústrias químicas e petroquímicas;

  • Mineradoras;

  • Indústrias alimentícias;

  • Siderúrgicas;

  • Metalúrgicas;

  • Indústrias farmacêuticas;

  • Indústrias automobilísticas;

  • Auditorias;

  • Perícias judiciais;

  • SEMST – Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho.

 
Oportunidade


O mercado apresenta hoje um cenário de múltiplas oportunidades.  O profissional especializado pode atuar como autônomo, prestando consultorias, elaborando projetos específicos ou até mesmo desenvolvendo todo o planejamento no que tange a segurança. Muitas empresas, pequenas e grandes, preferem economizar e manter um serviço independente. Também é possível atuar como perito, realizando perícias judiciais e certificando-se de que as empresas estão de acordo com as normas reguladoras. 

Uma oportunidade interessante de empreendedorismo no setor é a criação de uma empresa de consultoria voltada para a Segurança do Trabalho, prestando serviços para várias empresas. Isso não só expande o círculo de atuação, como consolida uma referência no mercado.

Perícias 

Também é possível atuar como perito, realizando perícias judiciais. No cenário de um litígio judicial, o  perito irá representar uma das partes envolvidas (reclamante, reclamada ou juiz) para avaliar as diversas situações de trabalho envolvidas na ação judicial e emitir pareceres, com base na legislação e nas normas técnicas, a respeito dos riscos envolvidos. 

Essa é uma área de trabalho muito procurada por profissionais formados, que pode ser, inclusive, desempenhada paralelamente ao trabalho em uma empresa. Por isso, é uma forte possibilidade de empreendedorismo, e o profissional pode construir e consolidar seu nome no mercado. 


Competências 

Engenharia de Segurança do Trabalhé mais do que conhecer e elaborar normas. O profissional do futuro, alinhado com as expectativas do mercado, precisa desenvolver algumas competências cruciais para o bom andamento de suas atividades:

1. Gestão de pessoas

As normas e procedimentos elaborados são feitos por pessoas para pessoas. Por isso, é importante que o engenheiro saiba lidar e instruir os funcionários, ministrando treinamentos e testando protocolos de segurança. Isso requer a boa gestão de pessoas para garantir o comprometimento da equipe e assegurar que todos estão cientes dos procedimentos necessários. 

2. Planejamento 

Grande parte da atuação em engenharia de segurança do trabalho é antecipar situações que possam oferecer risco aos colaboradores. Isso requer capacidade de planejamento e atenção aos projetos e atividades desenvolvidas, identificando fatores de risco. 

3. Orientação

O profissional deve ser capaz de coordenar projetos de segurança que serão implantados na empresa,  acompanhar vistorias e implantar programas. Além de compreender todos esses processos, ele deve ser capaz de orientar as pessoas envolvidas nele, desde funcionários da própria empresa até outros agentes externos. 

4. Conhecimento técnico-científico

É importante que o profissional tenha conhecimento técnico-científico para realizar a avaliação crítica dos fatores de risco presentes no trabalho, compreender e interpretar as diversas legislações e normas brasileiras referentes ao tema de saúde e segurança no trabalho, para aplicá-las no local em que estiver atuando. 


Tendências 

O uso cada vez maior da tecnologia para auxiliar na identificação dos potenciais riscos à segurança dos trabalhadores e na capacitação de funcionários em segurança é uma tendência forte na Engenharia de Segurança do Trabalho. O profissional preparado está à par dessas inovações, que têm sido usadas com frequência e otimizam os processos de trabalho. Veja:

  • Drones: o uso de drones para acesso de área arriscadas têm sido um forte aliado, principalmente em projetos e construções mais complexos, evitando que um trabalhador coloque sua vida em risco. Se antes era preciso utilizar escadas articuladas ou guindastes com cabine, por exemplo, expondo o funcionário a alturas elevadas, hoje é possível fazer reparos e vistorias com o uso do drone em questão de minutos. A adoção dessa tecnologia ajuda a otimizar projetos, além de poupar tempo e recursos. 

  • Realidade Virtual: e se fosse possível visualizar e testar diferentes cenários de uma situação de risco? A Realidade virtual na Engenharia de Segurança do  Trabalho surge com esse propósito. O recurso permite ainda o treinamento das práticas e operações a serem realizadas no ambiente de trabalho com grande precisão.

  • Robôs: hoje, evitar que os funcionários se exponham a situações de risco é uma grande preocupação. Robôs e outras ferramentas automatizadas podem ser utilizadas para trabalhar nessas situações e evitar acidentes. Além de facilitar a troca e o reparo de peças em locais de difícil acesso, eles trabalham por períodos maiores e aumentam a produtividade do setor.

Além disso, com o novo Governo Federal, as Normas Regulamentadoras (NR‘s), que regem a maior parte das atividades de Saúde e Segurança nas empresas, estão sofrendo revisões e atualizações. Por isso, é importante buscar a atualização e entender os novos preceitos que entrarão em vigor. Profissionais que entrarem na área já vão estar em igual capacidade de competição com profissionais antigos, que estão buscando se atualizar.


Pós-graduação

engenheiro de segurança do trabalho carrega a grande responsabilidade de realizar todos as avaliações técnicas, projeções e planejamentos de ações com o objetivo de prezar pela vida dos colaboradores de uma empresa. Por isso, o primeiro passo para começar a atuar na área é a qualificação. O profissional precisa aprender e compreender todos os fatores que envolvem a Segurança do Trabalho, para coordenar projetos e orientar colaboradores. Um profissional despreparado pode gerar mais danos do que benefícios. 

pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho capacita esses profissionais e garante a atuação correta. Porém, mais do que o aprendizado técnico, é preciso estar alinhado com as inovações do mundo, que também impulsionam muito a profissão. Cursos alinhados com as novas tecnologias, que preparem o profissional para trabalhar com elas, são ideais. 

Você pode conferir o nosso curso de pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, que segue a metodologia de Educação 4.0 no modelo de ensino à distância (EaD). Trata-se de um método que utiliza recursos tecnológicos para potencializar os estudos, por meio da internet, mídias sociais, inteligência artificial, realidade virtual, entre outros. Os benefícios das ferramentas digitais são combinadas ainda com a metodologia ativa, em que, mais do que simplesmente absorver o conteúdo, o aluno aprende por meio da prática, desenvolvendo projetos e experiências.  


Empresas do século XXI exigem profissionais do futuro: capacitados para assegurar a vida dos colaboradores e atualizados para otimizar cada vez mais esse processo. 

Descubra porque a Engenharia de Energia é a profissão do futuro
Oportunidades aumentam com o crescimento do setor energético