As mudanças e inovações tecnológicas já são parte do cotidiano, com novos produtos e tendências surgindo diariamente. Este cenário de transformações foi sintetizado na sigla VUCA, acrônimo em inglês, que representa as características do período atual: volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade. O termo, na verdade, foi criado na década de 90 pelo exército norte-americano para descrever os contextos de guerra. Hoje, é usado para explicar a nova realidade, em que tudo é alterado frequentemente, influenciando relações, rotinas e o trabalho. Neste último, as modificações se fazem cada vez mais presentes, atingindo profundamente diversos mercados.
A área da Engenharia, por exemplo, enfrenta até hoje um panorama instável. As mudanças, novidades e tecnologias influenciaram o mercado de trabalho e alteraram as competências e tarefas esperadas de um engenheiro. Para compreender este cenário, é preciso entender quais foram os impactos do mundo VUCA na engenharia e como o profissional pode se adaptar ao trabalho nessa nova realidade.
Volatilidade
Um dos principais atributos do mundo moderno é a volatilidade: ferramentas que antes eram inovadoras, rapidamente se tornam obsoletas. Isso é notável na engenharia, setor fortemente ligado às tecnologias. Viver num mundo volátil requer constante atualização e atenção às novidades, e exige das empresas e profissionais a manutenção de um propósito que permita enxergar uma trajetória clara, dando direção e fluidez ao trabalho desempenhado.
Incerteza
A incerteza também é uma característica do mundo atual, e que afetou consideravelmente o setor de engenharia. Novas tendências, somadas à crise financeira e à concorrência com o grande número de profissionais criaram um cenário de instabilidade. Isso tornou quase impossível a antecipação de resultados, dificultando previsões para o futuro da profissão. A experiência passada já não serve de base para projeções.
Muitos engenheiros, por exemplo, foram pegos de surpresa com a crise que atingiu o setor, precedida por um considerável crescimento do mercado com oportunidades para formados e recém-formados. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), até 2013, o saldo entre os engenheiros com carteira assinada admitidos e desligados era positivo.
Já em 2014, quando a crise começou a se manifestar, o número de profissionais demitidos superou o de contratados, com 42 mil engenheiros desempregados na soma de 2015, 2016 e 2017, até agosto. Muitos recorreram a trabalhos informais, através de aplicativos como o Uber. O que deveria ser uma solução temporária, estende-se até hoje para muitos engenheiros que ainda não conseguiram retornar ao mercado.
Complexidade
Outro desafio do mundo VUCA é a complexidade, que envolve e interliga todas as coisas. A criação de um negócio, produto ou mecanismo inovador requer diversas etapas e áreas que trabalham em conjunto. O novo fluxo organizacional exige que os profissionais compreendam este processo de trabalho em equipe, capacitando-se para tomar decisões ágeis.
Ambiguidade
Por fim, a ambiguidade representa a falta de clareza e imprecisão que o grande volume de informações, dados e interpretações produzidas atualmente pode causar. A comunicação e o alinhamento são características essenciais, que ajudam a evitar decisões inconsistentes e múltiplas interpretações.
Como o engenheiro pode sobreviver no mundo VUCA?
Diante de tantas alterações, como o profissional da engenharia pode dar conta dessas demandas e se manter atualizado? O investimento no aperfeiçoamento profissional surge como uma solução. Muitos engenheiros buscam uma especialização que ajude no retorno ao mercado de trabalho da engenharia, o ingresso neste segmento ou a exploração e especificação em uma determinada área.
Cursos profissionalizantes ou pós-graduações, por exemplo, possibilitam a atualização e preparação para o mercado atual e são um diferencial no currículo, chamando atenção das empresas. Cada vez mais, o aprendizado e a modernização dos conhecimentos se tornam pilares na engenharia, com o surgimento de novas tendências.
No entanto, antes de optar por uma especialização, é crucial pensar na missão do curso. Mais do que o conhecimento técnico, o mundo atual requer a compreensão das tecnologias, e capacitação por meio da prática, entendendo o processo de criação de projetos e suas várias etapas por meio da experiência. É preciso escolher um modelo de ensino alinhado com estes propósitos, que ajude o profissional a se adaptar ao mundo VUCA e lidar com o dia a dia do trabalho que une tecnologia, pessoas e organizações.
As instituições de ensino estão atentas a essas mudanças, e já adaptam o processo de aprendizado ao mundo de transformações aceleradas e atualizações recorrentes. A metodologia de Educação 4.0 surge para unir o uso dos recursos tecnológicos com a metodologia ativa, que aplica o learning by doing, ou seja, aprender fazendo. O modelo é uma resposta da Indústria 4.0, termo usado para se referir à continuação do desenvolvimento tecnológico, que permanece em constante inovação com a utilização de ferramentas digitais cada vez mais modernas.
Já pensou em se aventurar por uma especialização? Então fique ligado aqui no blog, porque vamos te contar como escolher a sua e te dar dicas de áreas promissoras na Engenharia!