O que as empresas têm buscado nos Novos Profissionais disponíveis no mercado de trabalho?
Na busca do novo emprego, algumas ações já podem ter se tornado automáticas para você, certo?

Você digita no Google, por exemplo, algum termo de busca como “empregos em engenharia clínica bh” e espera a busca retornar com seus resultados, ou então, pode ir atrás de plataformas especializadas como Linkedin, Indeed, InfoJobs e Vagas.com, correto?

Entrando nessas plataformas, geralmente as vagas estão definidas por tópicos, geralmente começa assim:

Primeiro vem um texto falando sobre a cultura da empresa, além da visão, missão e valores. 

Logo abaixo, vem as responsabilidades e atribuições, onde a empresa detalha algumas atribuições individuais, mas as responsabilidades que o time ou setor devem entregar juntos.

Depois, temos os requisitos e qualificações para a vaga. Nessa parte aqui é que serão informados o que a empresa espera que você tenha como futuro colaborador realizando o seu trabalho.

E, no final, o diferencial, que caso você conheça, te ajudarão a se destacar ainda mais em relação aos candidatos. Mas, lembrando que não é um aspecto obrigatório. Você pode, por exemplo, investir nesses diferenciais (inglês intermediário, conhecimento da plataforma x etc) dentro da própria empresa. 

Geralmente, após todo esse processo, vem as informações adicionais que costumam falar sobre a própria empresa, seus benefícios, locais de trabalho, o diferencial da empresa… enfim! Motivos pelos quais você deveria considerar se candidatar para aquela empresa, e não para outra.

Tá… mas por que nós estamos falando sobre isso?

Calma! Aqui embaixo vão vir todas as informações que você precisa para entender o que as empresas têm buscado nos novos profissionais disponíveis no mercado.

Vamos deixar um pouco de lado a vaga nesse momento. Vamos falar de você, do seu currículo, e do título desse artigo.

Para começar, quero deixar claro que o título “O que as empresas têm buscado nos novos profissionais disponíveis no mercado?” Não está se referindo só a pessoas que acabaram de sair de uma graduação, de uma Especialização ou do ensino médio.

Com essa parte mais clara, a gente pode avançar para o que realmente interessa: o que as empresas realmente têm buscado nos profissionais disponíveis no mercado na hora de contratar?

Lembra que eu falei que a descrição da vaga é importante e é ali que seu processo seletivo começa?

Isso porque, por exemplo, vamos dizer que você tenha muitas experiências, mas em lugares completamente diferentes. 

Se você está se candidatando para uma vaga de Customer Success, seria interessante você moldar o seu currículo de acordo com as exigências da vaga, deixando em destaque as experiências em que você trabalhou no atendimento ou suporte ao cliente, ao invés de dar mais atenção para as experiências em que você trabalhou com departamento pessoal.

Agora, se você está buscando uma vaga na área financeira, já seria melhor você incluir as experiências de atendimento ao cliente mais importantes, mas dar destaque para as experiências nas áreas que tenham mais a ver com essa vaga que você está buscando na área financeira.

Você pode, também, deixar claro que mesmo não possuindo uma experiência tão grande assim na área que você quer, você está correndo atrás da experiência e do aprendizado que a área precisa. 

Por exemplo, você pode se inscrever em cursos online gratuitos na área para conseguir o conhecimento e a certificação adequadas, pode assistir aulas de Excel no Youtube, treinar e atualizar seu currículo para Excel avançado (lembrando que muito provavelmente, essas competências precisarão sem comprovadas na prática).

E isso vai variando de acordo com cada processo seletivo a que você se candidatar. Aprenda a direcionar o seu currículo e as suas experiências de acordo com os seus objetivos.

Simples, certo?

Agora que já entendemos melhor essa parte, precisamos falar sobre uma transformação que está ocorrendo no mercado de trabalho de uns anos para cá. 

Com a explosão de novos modelos de negócios - startups, fintechs -, muitas empresas tradicionais estão em busca do crescimento acelerado (ou exponencial) que muitas das novas empresas garantem. E boa parte desse crescimento vem da reorganização de processos internos - pessoas, times, cultura - e da visão do que é ter um negócio no século XXI.

Spoiler: essa visão tem MUITO a ver com a presença em plataformas digitais.

Há uns 8 anos atrás, ao realizar uma entrevista, é bastante provável que o recrutador estivesse mais focado nas suas competências técnicas (chamadas de hard skills), do que com a suas capacidades sócio-emocionais (chamadas de soft skills). 

Não é mais assim que a coisa acontece.

Em uma entrevista recente interessantíssima sobre o processo de recrutamento em fintechs, o Vice-presidente Global de Aquisição de Talentos da Nubank, Phil Haynes, falou sobre o que realmente interessa para o “roxinho” na hora de contratar. Separei alguns trechos para você, e vou colocá-los aqui embaixo:

(...) “Podemos não contratar pessoas altamente qualificadas porque não se enquadram na cultura do Nubank. Nós vivemos nossos valores, temos valores muito fortes. Se você sabe que esses valores ressoam em você, nós seremos um ótimo destino, mas não somos necessariamente um ótimo destino para todos.”

(...) “As hard skills são normalmente as mais fáceis de identificar. As hard skills para um gerente de produto, designer ou engenheiro de software são bastante simples.”

(...) “As habilidades soft são como você se relaciona com as equipes, se você tem foco implacável no cliente... Queremos que nossos clientes nos amem fanaticamente e temos uma pontuação líquida de promotor muito alta da perspectiva de aquisição de talentos... Também queremos tratar os candidatos dessa forma, com uma pontuação líquida de promotor muito alta.”


(...) “Nós também pensamos como proprietários e não como locatários. Este é um problema realmente forte porque assumir a propriedade é normalmente um dos problemas que você enfrenta em empresas de alto crescimento. Todo mundo presume que outra pessoa vai cuidar de um problema e obviamente não é o que você faz quando você é um proprietário ou locatário — usando uma analogia de casa. Se você está afundando, e você é um locatário, pensa que pode simplesmente ligar para alguém e eles vão consertar. Se você for o dono, você chega lá e conserta você mesmo. Por isso, realmente buscamos habilidades sociais em torno de pessoas que estão dispostas a assumir a responsabilidade e ver os processos e procedimentos até sua conclusão. Buscamos eficiência também. Obviamente, alto crescimento traz altos custos. E assim estamos sempre tentando equilibrar o crescimento em eficiência. A inovação está no coração do Nubank e, por isso, procuramos empreendedores e inovadores.”

Deu pra perceber como as exigências do mercado mudaram em pouco tempo?

É por isso que agora, eu quero te falar de 5 Soft Skills (ou competências técnicas) mais procuradas no mercado de trabalho ou o que as empresas realmente têm buscado na hora de contratar.

(Aqui, você pode utilizar a mesma técnica de selecionar as soft skills que mais te parecem que vão encaixar com a vaga para a qual você está se candidatando.)


1. Comunicação: 


A capacidade de se fazer compreender da maneira mais clara e eficaz possível é uma habilidade bastante valorizada. E não é à toa! Saber se comunicar com seu público-alvo ou clientes da maneira mais assertiva e adequada pode parecer fácil, mas para muita gente, não é! 

A comunicação também vai além, já que saber se comunicar engloba também o saber ouvir com atenção e, caso necessário, repassar a conversa e seu contexto. Ou seja, transmitir a ideia, o conhecimento, tudo.

Atualmente, boa parte das empresas focam muito da sua atenção aos clientes, por isso, saber se comunicar claramente e objetivamente passou a ter ainda mais importância para o mercado de trabalho. Sem falar que existe um movimento de formação de profissionais de liderança dentro das próprias empresas. Por isso, mais e mais, invista na sua capacidade de se comunicar, mas também de ouvir.


2. Trabalho em Equipe: 


As empresas não estão mais em busca de apenas contratar, mas sim de formar uma equipe cheia de futuras lideranças para assumir cargos de estratégia internos. Saber trabalhar em equipe é importante para o seu futuro, para a sua produtividade e para o rendimento de toda a sua equipe. 

Utilizar os pontos fortes de cada pessoa, e fortalecer os pontos fracos em conjunto é um exemplo de trabalho em equipe. Ajudar na produtividade dos seus colegas é um exemplo de trabalho em equipe. Auxiliar na montagem de um equipamento simples (um computador) é um exemplo de trabalho em equipe.

Além disso, a harmonia de uma equipe pode ser percebida através da facilidade de execução dos seus trabalhos em grupo, e da sua sintonia.


3. Proatividade: 


Algumas empresas podem entender a proatividade como a capacidade de ser um profissional “multitasking”, ou seja, o profissional capaz de se envolver em diferentes projetos de diferentes áreas, com qualidade e eficiência. Mas não é só isso, a proatividade tem a ver com tomar a iniciativa, e, muitas vezes, a responsabilidade para si mesmo.

O profissional proativo também é capaz de demonstrar ser um profissional versátil, se encaixando em várias das necessidades de uma organização, mesmo que essas áreas não façam parte do setor no qual ele atua. Em boa parte das situações, essa pessoa pode se tornar um ativo de grande valor para a empresa, já que demonstra capacidade, disposição e disponibilidade para lidar e aprender com as novas experiências. Um profissional proativo é quase um profissional líder completo.


4. Pensamento Crítico: 


Saber dar opiniões, avaliar, concordar ou discordar de projetos é uma habilidade, isso porque muitos profissionais encontram dificuldade na hora de se expressar com clareza, sinceridade, empatia e equilíbrio. Criticar um projeto sempre deve ser sobre o projeto, e não sobre as pessoas que estão inseridas nele. Um profissional apto a manejar a sutileza de necessidades como essa é bastante difícil de ser encontrado.

Alguns negócios estão acostumados com a maneira de lidar com seus próprios processos, colaboradores e projetos. Isso não quer dizer que essa maneira esteja sempre certa, ou que também seja a melhor alternativa na hora de lidar com as mudanças de mercado. 

Aí vem a necessidade de um profissional que consiga conciliar e demonstrar o que gestores podem não estar vendo através das explicações de que existe um problema que deve ser resolvido de tal maneira ou de que existe um processo que possa ser melhorado (e aqui, é importante apontar exatamente por quê e de qual maneira esse processo possa ser melhorado) por situações x, y e z que estão ocorrendo, e que está causando entraves a curto, médio e longo prazo.


5. Criatividade: 


A capacidade de ser criativo está ligada à capacidade de resolver problemas. Essa criatividade está na eficiência das soluções e na apresentação de novas ideias, ou ideias “fora da caixa” para lidar com situações em que as soluções tradicionais não funcionam. 

A criatividade não está ligada a capacidades artísticas, e sim, na busca constante desse profissional por melhorias de processos, e no seu desejo de aperfeiçoamento da habilidade de inovar e se reinventar.


6. Empatia: 


Uma pessoa empática é capaz de se colocar no lugar do outro. Por isso, bons líderes quase obrigatoriamente são pessoas empáticas. Profissionais empáticos criam vias de fácil comunicação e confiança dentro das equipes e do ambiente de trabalho, por isso, são peças fundamentais na hora de entender o momento e o sentimento das equipes em relação ao trabalho desenvolvido e até em relação à própria empresa. Tudo através de feedbacks sinceros e seguros.

Com a troca sincera, é possível evoluir processos através de pontos de vista diferentes mas que estão integrados num mesmo processo: o crescimento e o sucesso de um negócio.

7. Inteligência Emocional: 


Nenhuma liderança existe sem inteligência emocional. Ela pode ser definida como o “controle de emoções”, mas sem se limitar somente à expressão. A capacidade de manter a calma e o ritmo de pensamento no lugar certo é essencial para quem trabalha sob pressão.

O profissional que desenvolveu a inteligência emocional é capaz de raciocinar e encontrar saídas mesmo nos momentos mais adversos, como em situações de negociação, estresse, e até mesmo em ambientes caóticos. 

Por esse motivo, essa habilidade é muito levada em conta na hora de promover um profissional a cargos de liderança.

Conclusão


Com a transformação sofrida pelo mercado de trabalho nos últimos anos, o fit, ou o encaixe cultural agora é o foco. 

Competências técnicas ainda possuem grande valor dentro da competição por uma vaga, especialmente se aliadas às habilidades sócio-emocionais. Apesar disso, recrutadores e empresas passaram a enxergar essas habilidades dentro de um processo de evolução de pessoas, não só de funcionários. 

Por isso, as Soft Skills se tornaram as habilidades mais levadas em consideração na hora de contratar. 

Caso você tenha se reconhecido em alguma delas, ótimo! 

Se não…

Não se preocupe! Qualquer uma dessas habilidades podem ser desenvolvidas, basta que você esteja disposto a investir um pouquinho de tempo e pesquisa.

Para te ajudar, trouxe aqui alguns livros que podem te servir como um guia no início dessa sua jornada pelo autoconhecimento, como “Mindset: A nova psicologia do sucesso”, de Carol S. Dweck, “Quem sabe faz a hora!: Iniciativas decisivas para gestão e liderança”, de Mario Sergio Cortella, “Steve Jobs”, de Walter Isaacson, e “O poder do hábito”, de Charles Duhigg.

Curtiu?

Então não se esqueça: as Soft Skills poderão fazer uma baita diferença na hora da avaliação do seu currículo e no seu desempenho no trabalho, seja como colaborador operacional, seja como gestor, mas coloque em prática também todas as outras dicas que você recebeu nesse artigo.

Boa sorte e até a próxima!


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